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NOTA
DE REPÚDIO
AO PARCELAMENTO DE SALÁRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS
DO RIO GRANDE DO SUL E ÀS EXTINÇÕES DAS FUNDAÇÕES
ESTADUAIS GAÚCHAS.
O Conselho Regional de Biblioteconomia da 10ª Região, instituição
que atua em defesa da sociedade gaúcha, vem à público
repudiar o constante parcelamento de salários dos servidores
públicos estaduais, bem como a trágica proposta de extinção
de fundações estaduais.
É de notório conhecimento que trabalhador valorizado produz
mais do que os demais e cremos que o parcelamento de salário
tem contribuído significativamente para a queda dos serviços
prestados à população, ainda que os servidores
públicos estaduais se esforcem para manter a qualidade dos serviços.
É algo que escapa de suas boas intenções, pois
a falta de recursos financeiros para quitar dívidas causa stress,
ansiedade, angústia, sofrimento e tira o foco do trabalho.
Nesse sentido, entendemos que a desvalorização do funcionalismo
público, por meio do parcelamento de salários é
uma prática desumana e inaceitável.
As fundações estaduais que são alvo de extinção
do pacote Sartori contribuem para o planejamento e execução
de importantes serviços ao Estado, sendo que não será
possível a manutenção da qualidade do serviço
com a mera transferência de servidores para outros setores. Muitos
dos servidores, inclusive, se aposentarão nos próximos
anos, não havendo reposição para os cargos. Tampouco
a transferência de serviços para as universidades federais
poderá ser feita, pois elas também estão sob ataque
do aliado do governador Sartori, Sr. Michel Temer. Nesse sentido, o
encolhimento do Estado traz incalculáveis prejuízos ao
povo do Rio Grande do Sul, cujos benefícios são pífios.
A FEE Fundação de Economia e Estatística
produz estudos que orientam governantes no processo decisório,
fazendo com que escassos recursos possam ser aplicados onde mais precisam.
Fechar a FEE é governar mediante apostas, ou seja, aplicando
os recursos aleatoriamente, podendo usar onde menos são necessários.
Em tempos de crise deveria ser ainda mais valorizada a FEE.
A Cientec é uma fundação de inestimável
valor, pois faz pesquisa para desenvolvimento e inovação.
Fechá-la, sob o argumento de que pode ser contratada uma consultoria
da iniciativa privada é dizer que gastaremos mais pagando para
quem visa lucro, ou seja, não será feito o mesmo serviço
à preço de custo.
A Fundação Piratini (TVE) é um patrimônio
do povo do Rio Grande do Sul. Seu trabalho valoriza nossa gente, nossa
cultura. Fechá-la é atestar o pouco caso com que o governador
age com nossas instituições culturais.
A FDRH atua na qualificação de nossos servidores
públicos. Sem ela teremos queda na qualidade do serviço.
O RS não pode fazer reformas à qualquer preço,
pois as fundações são patrimônio do Estado
e não do governo. Fechá-la não significa apenas
desqualificar os serviços da gestão Sartori, mas das gestões
seguintes.
A FEPAGRO faz pesquisa sobre o agronegócio e torna-se
ainda mais útil mantê-la quando nos damos conta de que
nosso Estado arrecada boa parte de sua receita através do agronegócio.
É mais um tiro no pé que o governador dá, ao desprezar
uma instituição de ajuda na arrecadação.
A Fundação Estadual de Produção e Pesquisa
em Saúde produz medicamentos, entre outras coisas. O governador
quer extinguir a fundação com a justificativa de que é
preciso investir mais em saúde. Nada mais contraditório,
que nos permite desconfiar de suas reais intenções.
Para o governador Sartori a cultura do povo do Rio Grande do Sul é
desnecessária e prova disso é a sua intenção
de extinguir a Fundação Instituto Gaúcho de Tradição
e Folclore apenas para deixar 9 cargos em extinção.
A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
participa de pesquisas na produção do soro antiofídico,
contra veneno de cobras. É mais uma contradição
do governador, extinguir tal fundação com o argumento
de investir em saúde. Teremos que gastar mais para proteger nossas
crianças de picadas de cobras.
Para um governador que não se preocupa em planejar o futuro do
RS, extinguir a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano
e Regional faz todo sentido. Mas para quem acha que planejamento é
vital acabar com importante fundação é um erro
imperdoável. Precisamos planejar mais nossas ações,
para evitar desperdícios de recursos financeiros.
Até recentemente se falava em expandir o transporte hidroviário
e agora o governador quer acabar com a Superintendência de Portos
e Hidrovias. Mais uma extinção que deveria, no mínimo,
ser melhor discutida em audiências públicas e, com a presença
do governador.
A Corag produz materiais gráficos à preço
de custo ao Estado. Seu fim significa comprar mais caro da iniciativa
privada, que não fará o serviço à preço
de custo.
Pelo exposto, consideramos um desastre as ações do governador
José Ivo Sartori, que não parece preocupado com o futuro
do Rio Grande do Sul, tampouco com a qualidade dos serviços públicos
no presente. Repudiamos a forma antidemocrática com que agiu
na condução das propostas, não submetendo à
população nenhuma forma de discussão ou consulta.
Convocamos à sociedade gaúcha a repudiar o pacote da destruição
do Estado do Rio Grande do Sul.
Conselho Regional de Biblioteconomia
da 10ª Região Gestão 2015/2017
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